se amo você
ou amo o amor
ou amo a mim
quando sinto o indecifrável prazer
de ser
inteira
não sei.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
quarta-feira, 24 de junho de 2015
preta
do peito branco
o ser mais doce
que já conheci
preta
tua paz emana
da ferida que aprendeste
a colorir
preta
essas suas cores
desmudam quaisquer dores
num sincero sorrir
preta
teu semblante é meigo
teu olhar é rima
você não desafina
preta...
nesses dias esquecidos
perturbados
vencidos
quem se depara contigo
sofre um inadvertido
furacão de amor
do peito branco
o ser mais doce
que já conheci
preta
da ferida que aprendeste
a colorir
preta
essas suas cores
desmudam quaisquer dores
num sincero sorrir
preta
teu semblante é meigo
teu olhar é rima
você não desafina
preta...
nesses dias esquecidos
perturbados
vencidos
quem se depara contigo
sofre um inadvertido
furacão de amor
domingo, 4 de janeiro de 2015
CARTA ABERTA AO DEUS DOS HOMENS COMUNS
Deus,
Eu não acredito em você como os homens comuns. Sempre achei esse papo de maçã, Adão e Eva um pouco caído. Durante muitos anos tentei vestir a roupa ideal para entrar no teu paraíso, mas nada me serviu. Minha vontade era bater lá na porta e perguntar por que eu não podia entrar despida – de preceitos, pré-conceitos, dogmatismos. Apenas com um coração repleto de doces pulsações...
Enquanto todos vão à capela rezar para ti, eu fico. Prefiro venerar o perfume das flores, a grama molhada e o cheiro característico das estações. Não é possível que esse céu cheio de estrelas – retrato perfeito da Natureza intocada – não seja capaz de me abençoar. Custo a acreditar que uma cruz simulada com os dedos ao redor do rosto e do colo e um bando de palavras decoradas que, estranhamente, chamamos de oração, sejam mais capazes de nos elevar do que tirarmos as roupas e nos entregarmos a um banho de chuva, pegar a terra com as mãos, morder o fruto açucarado e suculento que é a própria vida.
E se não ajoelho para falar contigo é porque também custo a acreditar que esta seja a maneira ideal de me reportar a você. Creio que, acima de todas as coisas, eu deva estar de braços abertos para o amor e para a fé na humanidade. Pois acreditar nos sentimentos e nas pessoas é a melhor maneira de transcender.
E eu falo de sentimentos agudos e destemidos. Docemente violentos de tão intensos. Falo dos sentimentos que arrebatam, que são enérgicos e que só são capazes de se manifestar em quem está desnudo desta vida tão categórica que nos é imposta pela ordem atual na qual de baseia a maioria das relações humanas.
Deus, depois muitas guerras internas, dei espaço para a minha loucura. A loucura que é a própria salvação.
Ah, meu Deus, eu que não creio em ti creio piamente no mundo.
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