quarta-feira, 31 de agosto de 2016

CARTÃO POSTAL







vivo demais
sinto demais
morro tantas vezes
de tanto viver
e ainda assim vivo
e só sei viver assim

morrendo de amor
morrendo de medo
morrendo de desejo
de viver mais
morrendo por transbordar
transbordando de vida

com o peito em fogo
a alma desnuda
o corpo reagindo
a esse mundo sanguessuga

o coração inquieto
mas sempre aberto

e esse abismo
vou escalar
com a confiança
de quem pula sete ondas no mar
sob o céu estrelado do ano novo

e eu vou de novo
eu tô no jogo
quantas vezes precisar

pensando bem
nem é tão mau
e a força, camarada
é meu cartão postal

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

você raio
eu trovão
mas troco tempestade
por chuva de verão

tô com vontade de enfrentar
os ventos
o mundo
o medo
o arremedo desses erros

plantar sorrisos
ou rosas vermelhas
espalhar perfume
ao invés de certezas

e eu voo leve
sem destino
volto em breve
só pra deitar nesse abraço
que é onde quero estar

e junto a ti
meu silêncio sussurra
que quer cuidar de você
acredite: somos bem mais
do que sabemos ser

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

ANEL DE CHICLETE

gosto tanto da sua cama
com apenas um travesseiro
e da estante do banheiro
que abriga uma escova de dentes
decididamente só

de você quero apenas
uma taça de vinho
quiçá um carinho
uma lambida no focinho
um passeio de charrete
um anel de chiclete
pra gente brincar de namorar

e a permissão pra lhe tirar
algumas peças de roupa
e fazer contigo
otras cositas más

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

mas por amor eu mato
o não

pra me pertencer eu fujo

depressa

com um mapa

de versos
debaixo do braço
os pés descalços
as regras em pedaços
jogadas no espaço

caminhando no descaminho


eu vou